Sou Cavalo-Marinho, que no ar se Afoga.

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Mochileiro
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Registrado em: 27 Mai 2012, 23:40

Sou Cavalo-Marinho, que no ar se Afoga.

Mensagem por Mochileiro »

[align=center]SOU CAVALO-MARINHO, QUE NO AR SE AFOGA

Quando o sol se põe
E começa a noite
Como um velho peão
Eu me sinto eu

Pois o escuro é a luz
Que eu sigo sempre
E desperta ainda
O amor do eu

Essa paz sentida
Solidão que amo
Transmitindo a ti
A paixão tomada

Ao olhar das nuvens
Vendo a luz que brilha
Eu sou como um pássaro
Com asas de um rei

É por ser um homem
Que a minha vida escolho
E faço do vento
Alguém que amei

Esse som que ouço
Proveniente de sonhos
Visita estrelas
Que um dia terei

Um amigo dá saudade
O amor nos dá paixão
Vivo a noite como sonhos
De uma eterna escuridão

É a calma de um sonho
Que a mim escureceu
E é o terror do dia-a-dia
Que levou o amigo meu

Falo em Deus como poeta
Esquecendo que sou eu
Religião pra mim só é
Um motivo pra ter “meu”

Linda asa da gaivota
Merecido lugar santo
Que a mim inspira assim
Por sonhar em todo canto

Vôo discreto, sem fronteiras
É a luz do lampião
Não escolhe, pois nada pode
Do amor, faz a paixão

Sensação tão doce
Delicada e alva
Só me faz pensar
Por que a vida acaba...

Um fogo no escuro
É o prazer de um sonho
Da esperada vida
Com a eterna amada

Já o calor de tal sonho
Vem da chama da vida
Feita da lenha mais pura
Fora ninho de um pássaro

É na calada da noite
Que eu vivo a vida
Prazerosa e calma
Já por mim sonhada

Quando fores ao Céu
Se fores
Diga ao mau sol
Que é a lua quem amo

O sereno da noite
É o anjo do bem
Nos trazendo a vontade
Da vida celeste

Sob as barbas de Deus
Eu me sinto seguro
Porque encontro na noite
A tal trégua da guerra

Quando a noite acaba
E o prazer se vai
Há o eu que dorme
Num contínuo sonhar

E durante o dia
Enquanto eu durmo
Sonho com a noite
Que logo volta

Eis aqui minha vida
Carrossel de sonhos
Esperando no mais
A eterna paz...

Vicente Zancan Frantz - 2001.
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